sábado, 3 de março de 2007

máquinas da terra


Máquinas que gastam terra, renascem em terras gastas, marcadas
Em terras gastas, marcadas, máquinas marcam as terras já gastas
Vemos passar máquinas, em terras por marcar, na esperança de não as gastar
À frente delas, me torno eu terra velha. Incerto penso no seu parar.

desejo de cá de cima


Nadas bem, peixe escuro
No teu espaço oceanico sem fundo.
Deixa-me ser como tu, ó graúdo
Uma vez na vida, quererei tudo.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

junto ah cama ainda quente


Amiga camisa, cuja cinta se estreita
Com o amigo cinto cujo couro genuíno é
Amigas botas que ali estão à espreita
Não se esquecerão, porque nu ficaria o pé

penso em peso


sei o peso que faço sobre o telhado,
sei que abriga quem dorme e sonha
sei as horas da chuva que o torna molhado
sei quem sabe o que sei, meu numero e me telefona.

Amor por achar

Esperas perdidas em tempos mais tarde encontrados.
Tempos presentes outrora por achar.
Elásticos são meus movimentos agora e não em passados,
Quando no instante te quero encontrar.

companhia.


Pedra fria que refrescas meu ser, em teu lado, companhia.
Sol que nos adormeces sem perceber, é bom esta partilha.
Estamos nós em frente aquela nuvem, vem chuva, venha ela,
Natural é sua presença, neste outono que se aproxima.

Arvores ainda vestidas, nuas ficarão, sabemos nós e os outros
Num ciclo de vida natural, ritmos nossos, ar que somos
Respirando, sorrindo entre nós, vendo nossos olhares também, dissemos:
- Eternas as memorias ficarão em mim, ensinamentos vindos de ti.

filme de um minuto

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Velocidade controlada


Velocidade controlada nesta estrada recta, sem perigos
Esquerda timida nos faz engraçar, num balanço que promete.
Em frente continuaremos nós, cientes de que o verde maduro ficará.
Que fruta é esta? Perguntamos nós a quem passa.Respondem-nos que é natural. Que nos faz bem. E anos de vida nos dará.

a imagem que tenho do meu andar


solas gastas de cores diversas, que se usam beijando o chao,
que afloram efeitos andantes em campos florais,
passos leves no pisar certo, na berma ja rosada de paixao,
dancam com ventos nortes e suis, gritando meus ais.


ai, sem te ver te consigo mover,

sem te querer te tenho em mim,
ai, com prazer ando sem perceber,

em caminhos de vida e sem fim.

dedicado aos meus sapatos.